segunda-feira, novembro 17, 2008

- A Prosa Anti-heróica >> colagem da fragmentação de uns segundos aos 12 dias do mês de Novembro .

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Media-se pela quantidade de textos escritos em um curto espaço de tempo. Sabia-se exemplar único, e carregava nas digitais a sensação das texturas já tocadas, ainda quentes, como se estivesse ainda á toca-las. Queria criar algo novo, ser Avant Gard, mas esbarrava no senso ético comum, de quem precisa e detesta assumir, as pessoas são um mal necessário. O que faria sem elas?? Sentiria saudade de ser comum, pelo menos, ao sair de casa. O frio fino e pérfuro arrepia a pele, meu braço me diz "Se cubra". Eu Vivo me cobrindo. Me cubro de luz, me cubro de ar, me cubro de tanta coisa. Me cubro e me protejo do mundo, das infâmias que a bíblia promete castigar. Sigo, Pretendendo não ser ímpia em minhas palavras, mas eu não tenho o direito de silenciar uma das únicas coisas ás quais tenho direito, pela livre existência. Eu quero pensar, mesmo sabendo que o pensar excessivo leva á turbulência; eu quero sentir, quero explodir em pó e fluídos, e gritar num breu sem sentido, que tudo isso que eu sou, é culpa minha mesmo. Feliz. Talvez, por ter me encontrado, assim, de sopetão, em meio á tanta loucura. É assim mesmo, desvia-se a atenção de sí mesma, á detalhes sem muita importância. O que vale ás pupilas está claro, nítido, tem cheiro, "taste", tem luz própria. E cabe a mim morrer de amor. Morder os lábios e num blasé que remete ao retrô, sentir pudores desconhecidos. "Eu não minto, eu não sou assim". No fim das contas, nos resumimos ao nosso sitema imunológico. Maravilha tecnológica da carne que anda. Perdoa a língua ferina, os glóbulos ácidos. Chove na metrópolde acinzentada aos 12 dias do mês de novembro, ano 1. Soa como um "a part" , assim, anti-romântico, mas fazer o que, eu sinto a falta. Sinto falta do toque paciente, dos gestos comedidos num contexto limpo, clean, suave; sinto falta do olhar questionador, janela de uma alma cheia de pensamentos. Sinto falta de pegar nas mãos. Falta de acordar no meio da noite. A paciência é um aprendizado salvador. Aprendo com os suspiros do que me arranca sorrisos de canto de boca. Sabes disso. Sabes de tanta coisa...Te Quero um bem imenso, ah, sim...te quero. Que soe cliché de faixa de tecido. Eu não me importo. As luzes se acendem na cidade, e a chuva, desses 12 dias, traz o cheiro pra perto.
Vou me guiando pela bomba cárdio, medindo os conceitos em busca da saída da caverna.
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Aos fracos de coração, um conselho: Deixa bater.
Aos fortes de peito, outro: Deixa apanhar.
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Renata Cohen l 17 dias do mês de novembro- 2008

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