sábado, dezembro 20, 2008

>> O aceno- A ponta paus.a

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NÃO SE PREOCUPE COMIGO,
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aposto que esta tosse é fruto destes dias em que não tenho me alimentado como deveria...eu sei, eu sei, não como direito, e também não durmo como deveria, eu sei..as vezes penso que seja melhor que eu seja assim, pilhada, talvez eu funcione com mais eficácia se me ausentar das luzes do dia, do murmurinho de pessoas e da fuligem...
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...Eu sei, devo ter perdido peso, percebi pelo largo sutil em umas roupas, ja passei mais uma casa do cinto, as calças justas estão meio largas, mas calma, não precipita; eu sei que isso é problema de alimentação, e talvez essa dor nas costas e essa tosse constante sejam fruto do meu relapso em me alimentar..
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...Mas qual! Não, não estou com pneumonia...eu sei da minha Bronquite e dessa mudança abrupta de tempo, mas ja passei por invernos piores e nunca cai assim doente, mas se eu sentir algo estranho, prometo que me cuido..sei..soa vaga a promessa..desculpa, minhas palavras andam vagas, andam perdidas, andam sozinhas..
...Eu só queria que você soubesse que eu sinto por não ter sido o que eu poderia, e talvez mais, eu sinto por não ter tido espaço. Não, escuta: eu sinto muito, sinto muito que doa, sinto muito que caia sal dos olhos..eu sinto muito, por que eu não intento mal a você, e nunca intentei. Perdoa esse deslexo retratado numa alimantação basica de água e sais, juro que não foi de propósito que fui amanhecer hoje novamente..
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Eu só queria poder. Essa é a verdade. Danem-se ás moratórias e os bons costumes, danem-se as palavras de veludo : Eu queria poder. Quis e num querer afônico e ansioso, me engoli pela cabeça. Ja me senti mal deveras por isso, ja me martirizei demais pelos por que não encontrados. Hoje, eu tenho medo de admitir uma coisa simples, mas sei que causa impacto sobre qualquer pessoa, até uma pessoa de mármore, pedra maleável, pálida e fria, como eu:
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No meu intimo, e ainda nego e acho pouco o tempo pra isso, mas o que é o tempo afinal..uma coisa sem dono e mentor, que dobra sobre si mesma e não existe..que se dane o tempo que leva, o tempo que cura...a minha verdade bate aos meus olhos todos os dias quando acordo, e me faz enxergar minha massa aerada e permite mudar...eu nego o tempo todo, mas a verdade é que eu estive aqui o tempo todo esperando um aceno qualquer, e agora que recebi, tenho medo de ir embora.
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Bobagem de cliché, filme basico, um quase nada de cetim. Eu vi que queria, senti o que precisava , e não sei dar um passo que me desvie disso, por que cá estou até os ossos. Perdoa essa falange de coisas, mas se eu não falar agora, antes de você ir embora, sabe Qual Eu vou conseguir falar novamente...deixe que eu desabe para que eu reconstrua a paz perdida numa meia luz, noite dessas...
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E se por acaso das horas te pegares perdida em pensamento vago, e eu aparecer, não me censura; me pega pela mão e me conta como foi teu dia, por que na cerne dessa raiz pequena e parasita , esta minha negação clara ás caras de quem se colocar a enxergar,
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Não me culpe por isso, talvez seja errado, mas agora não é mais tempo de pensar . Abriram-se outras portas, a engrenagem deu seu giro, e a volta caiu num lugar comum. Perdoa se não sei perdoar, se ainda me dói o corte, se ainda sofro por algo aparentemente pequeno, mas meço a intensidade dos fatos pelo cárdio, e espero passar sozinha a dor da ausência estranha que você me causa, vezes á semana, quando acerto meus pensamentos na frequencia calma e simples que me faz ter uma certeza canto de boa de que , de certa maneira, eu amei você.
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Renata Cohen l ...E eu nego.

quinta-feira, dezembro 18, 2008

>> As Primeiras linhas de uma noite em um mês de Abril . .

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- Palavras retiradas de um contexto guardado num passado-presente, num ponto ácido de discórdia, de verdade e de calma febril. -
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- Para a menina dos contos "verbais quase eróticos" ; como prometido... :)
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Brotou num dia de sol. Entre nuvens brancas de desmanchar fácil, nasceu serpente indócil, se fazendo prontamente revelar. Entre boatos de um passado crédito, entre histórias de chocar Cleópatra, virava-se vez por outra, e meu observar á esta altura da festa, era puramente psico-ilógico.
...Mantinha na aparência a ausência dos traços de mulher feita, justamente, porque no contorno daquelas palavras de contos quase eróticos, tentava se moldar mulher. E, tentou tanto, que ao cair no comum pertinente á idade, me causou estranheza aos olhos. Era por demais atirada, por demais exposta, e isso me fez calar. Calei, e ao contrário do dito, não consenti nada, apenas observei. Observei seus gestos largos, sua gargalhada "loud" e escandalosa. Foi quando os olhos da menina mudaram de cor; a pupila, num súbito, dilatou, e a festa se tornou um pátio v a z i o. Nasceu neste instante peculiar uma doçura camuflada de gestos fortes, e aquela menina pedra-bruta sentou-se num degrau de escada e pôs-se a falar de sua vida. Olhei para a pele branca, e ouvi suas palavras, meio desabafo, meio cansaço, meio mudança. Notei ares de poema, quando, depois de repensar o dilema, ela jogou suas cartas e coube a mim dizer aonde essa mesa iria parar. Dali a segundos poucos, talvez, uma torrente de desconhecidos sentidos tenha invadido o oco das bocas, e susto tamanho se fez, que o primeiro impulso talvez, tenha sido o repelir. A menina me olhava com espanto, e eu a olhava com curiosidade. Já sabia eu ser um capricho da idade aqueles impulsos, mas isso...não quero parecer piegas, mas criou-se algo nesse momento. Algo que as teorias conspiratórias de amigos, chamam de "imã", algo Que as largas bocas testemhunhas chamam de "caso". Eu não Sei. O que eu sei, é que nessa noite, em meio á um acaso sem precedentes, criou-se algo notavelmente concreto, e absurdamente invisível, como o ar, ou como a eletricidade. Criou-se algo. E em ir embora, a menina levou consigo parte de mim, uma parte talvez jamais doce, talvez jamais inocente. Ela guardou, á sua maneira, uma molécula do que eu era, e foi crescer como mulher.
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>>Sentada num chão frio, ouvi um alerta de mensagem no telefone celular.
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Os ecos das primeiras linhas daquela noite, num mês de Abril, inexplicavelmente brotam na minha frente, tempos em tempos, em mistério, Febres depois.
Como o ar.
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Ou como a eletricidade.
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.Renata Cohen I Parte Um de Tres do "o que" indecifrado. Presente pra você. Ta bom??

>> O Nome da Rosa .

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Um dia, sentada em uma pedra á ponta de um penhasco praiano, ela observou um por-do-sol. Isolou-se naquele altura, para podr sentir a pressão atmosférica, para poder sentir um ar mais puro, ou simplesmente, ver as coisas de outro ângulo, com uma óptica nova e imaculada . Precisou sentar-se num pennhasco, e engolir seu medo de altura, por que algumas coisas nascem de dentro pra fora . Ficou ali, observando, olhando as ondas quebrarem num conjunto de rochas ao pé da montanha . Aquelas pedras, ali, estagnadas, desde que duas moléculas se uniram pra formar a primeira ameba na face da Terra . Nunca saíram do lugar . Será que desejaram alguma vez, ver o mar que sempre esteve ali, de outra maneira ?? Ela nunca saberia . Abriu um caderno e leu a primeira poesia que apareceu . Era um relato minucioso, mas curto e direto, sobre um ato sexual . Sorriu de canto de boca, pois sempre via nas próprias palavras flashes do que descrevia . Foi ali isolar uns pensamentos, descartar coisas pra jogar no oceano, e caiu em uma pagina do passado que ainda emanava perfume, e, que ao toque, ainda estava quente . Não sabia o nome daquilo que sentia, vezes á semana, mas tentava se entender . Não podia ser tão ruim, afinal, se passa por picos desses na vida, e esse haveria de ser superado . Mas ainda retinha na retina aquele oceano vasto e escuro . Procurou dentro de si algum resto de memória que ainda fizesse mal, para transformar em algo bom, aprovitando aquele ponto de vista cheio de privilégios . Cavou fundo na garganta, e gritou tudo aquilo que nunca conseguiu dizer antes, e chorou intensamente segurando aquele caderno nas mãos . Perguntou em voz alta quando seria possivel, perguntou-se os "porquês" . Ainda que sentisse alívio, ainda que sentisse um pouco de paz, ainda se questionava em tópicos invisíveis e não seus . Já, á esta altura, havia revirado seus internos, vomitado seus secretos ; havia arrancado alguns pedaços e pedido á mãe das águas que ajudasse á cicatrizar . Olhou fundo com olhos rasos, inspirou profundamente, e pensou ter encontrado em meio ao caos, o nome daquilo que sentia :
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Era tristeza.
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Renata Cohen I Um Textinho triste...rs

> . Conto primórdio do essencial Desconexo

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Para o bem da pena, que haja descanso,
Aos Martírios salubres dos pontos fortes,
E á mente casta que inebria,
Procurando não ofender,
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- Que haja descanso;
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Dos medos patronos dos atos açoites,
Que não voltem mais,
Nem pelos dias, nem pelas noites,
- Que se façam paz;
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Deglutir a massa espessa do ponto "Q",
Sabendo a dor ser talvez, um evitável brando,
De facilidade considerável,
Ponderando-se a causa,
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Qua haja sossego,
Em coração músculo, destes que batem ás turras,
Bate em flocos,
Bate ás surras,
Bate, e pronto se põe a batido ser;

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Que haja amor;
Talvez, dia desses,
Que haja algo, sei-não-o-que,
Capaz de me puxar pelas mãos da cave calma e cor de noite,
Em que fui adormecer minha memórias e meu sono perdido.
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- Que haja Verdade.
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Renata Cohen I Sem querer ser pessoal demais, a gente caba se afundando ensimesmada..

>> Liquefeita & Insalubre

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Deixa estar os Stars em combos, caixas Blocos,
ansiedade controlada,
O prazer árduo mantido á duros ossos, penas expostas, lances premeditos de um "fairy tale" tradicional,
Que foi morrer um pouco ali, e talvez volte já;
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Pensar enobrece o oco,
Traz razão ao louco,
E por estas brechas inóquas,
Procuro parara de pensar;
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Aonde esta meu sonho liquefeito e escorrido,
Derretido, feito borracha-máscara,
Num estalar de dedos,
Num sofrimento silencioso que meu corpo somatiza em dores que nã sei explicar?
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Aonde foi parar a mão calma, despretenciosa,
Minha vontade minha, de estar entre véus,
De estar entre pernas,
De estar dentro e ,
- Aonde Está???
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Foi levada pelo parco do momento dúbio,
Foi levada pela dúvida antes morta,
Renascida de um colapso,
- Foi Levada;
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E como todas as fraquezas e franquezas,
O Calor do Sol bate ás costas tensas,
Meus pulmões pesam,
-Não quero mais somatizar isso.
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Quero só reencontrar a paz insalubre,
Pegá-la pela mão,
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e parar de sentir dor.
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Renata Cohen I Na semana De somatização das causas e cousas.

>> Do Ponto Rítmico .

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De vez em quando eu canto,
De vez em quando eu grito,
De vez em grito, eu canto,
- De vez em quando eu sinto;
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De vez em quando eu bato,
De vez em lato, eu minto,
De vez em minto, eu choro,
-De vez em choro, eu grito;
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De vez em sopro, eu berro,
De vez em sò, eu espio,
de vez em vez eu levo,
De levo em leva, eu desvio;
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De vez em qual eu susto,
De vez em tom, eu exclamo,
De susto em tom, eu calo,
De calar em choro, eu pranto.
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Renata Cohen I De volta ás origens.
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E desorigens...