domingo, novembro 23, 2008

- Esferográfica & Cuneiforme >> um e-mail de caixa de correio

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Eu já falei que você fica bem de verde ?? Devo ter dito dia desses, num intervalo qualquer de comentários banais. Eu reparo muito em você. Reparo não pelo reparar, somente; sou mulher, e sei que ser reparada assim, gera uma curiosidade que beira á efervescência, mas eu reparo em você.
.....Conheço aquele sorrisinho de canto que aparece quando você fica sem graça. Já falei que você fica bem quando está sem graça?? Você fica. Ontem saí pra beber e sentei num barzinho badalado na Avenida Paulista, com pencas de gente simpática e bonita. Nem te conto, começou a chover. Uma chuvinha fina, estranha, mas quanto mais chovia, mais alegre eu ficava. Pessoas passando com seus guarda-chuvas e eu ali, rindo, segurando um copo de Malzbier. Sabe, nessas horas de detalhes, eu paro, fixo o olhar num ponto, deixo divagar. Essa história de que a gente usa só 10 % do cérbro me bota louca. Quando começo minha viagem insólita, deixo correr. Penso em muita coisa, deixo a chuva cair no meu copo de cerveja preta.
.......Tem gente demais por aqui. Eu gosto de Jeans, assim, escuro, acho bonito. Talvez me faça parecer mais mulher, junto com aquele Scarpin preto meio Rock´n Roll que eu comprei meses atrás. Sempre gostei de rock. Fui Grunge, te contei?? Pois é. Mas juro que eu lavava os cabelos...Também tive uma bermuda branca de Lycra, lá pelo ano de 1992...foi quando o Guns lançou o Use Your Illusion l & ll; nessa época eu me dava a luxo de copiar o look e ter um pouco de Axl Rose na minha vida experimental de adolescente semi-rebelde. Eu só não usei coturno, nem meias volume. Axl demais, penso. Te contei que descobri meu eu depois de uma decepção amorosa?? Ah, isso é assunto pra depois...agora eu tenho de colocar umas coisas no correio, passar no banco, coisas de mulher adulta, sabe como é.
.....Vê se se cuida, não se estresse com nada, e não se esqueça que, se até os que já se foram as vezes se fazem presentes, eu que só estou longe, também estou por aqui. Uh...um "espéctro", holograma...Bobagem, não preocupa. Eu só passei aqui mesmo pra dizer coisas que acabei censurando, e pra salientar que você fica ótima de verde.
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- . Dobrou o bilhete devagar, e colocou na caixa do correio.
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Renata Cohen l Meu lado pseudo Fofo..rs

>> Afrodites Hellenas . - A auto-biografia das outras .

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Dilata a pupila cega, que viu guerras, que viu paz;
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Dilata, pois, vós entre as mulheres,
Que em foices alteres carregam o peso do calar;
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Quem de vós, anjos de candura em flor,
Não mencionou entre lábios ressecados pelo ardor, num silêncio plástico aterrador,
Que o desejo por derreter é mais forte que o respirar??
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Quem de vós, almas em chamas,
Não explorou os espaços intro das camas,
E descobriu-se desnuda,
Jogada no ar??
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Qual, pois, não fora a forte e quase inacreditável surpresa,
Quando da aspereza do sal muco,
Sentiu o sangrar transparente da calmaria..;
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- Suspirou-se um suspiro profundo e pausado;
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Fez-se então entender, fêmea,
Por que é tão inexplicável sê-la,
E o que há de tão Sacro & alucinógeno em vê-la extasiar.
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Renata Cohen l Sacro, alucinógeno...tudo ali..

<< Portrait .

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Aquelas Nuvens todas, espaçam-se em caixas escuras de borracha, em meio á vácuos, cabelos em roupas, vestes jogadas, vidros de remédio, música Francesa e copos pela metade; essas nuvens exalam o perfume das Flores que eu quero te dar, exalam a cor dos olhos que buscam luz na turva hora, entre plumas e sedas, ao som de uma chuva que teima a volta nos momentos em que a ausência anestesía; cumprem-se prazos, metas, lances; é chagada a hora de um novo olhar sem medo, a culpa pouca ao lançar-se ao abismo cego e negro que põe-se em fim como um balançar simétrico e rítmico de um colchão dágua, tarde da noite, no momento em que você adormece em paz.
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Renata Cohen l ..Meus olhos ardem de sono...

S. qmiah

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- Sentiu arder nos olhos um ar áspero que quase a fez chorar;
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Eu premedito os passos, os espinhos, o pulsar,
Bebe o Rubro,
Encharca-te;
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- O tórrido é o que se sabe dor, e mesmo assim se busca;
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Façamos de conta, façamos,
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- Nem que seja pelo fazer.
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Aliado ao químico,
Solo corpo em fértil composição,
Evapora o puro,
Grava o negro,
- E exarceba,
Ao luxúrio de um divagar simples;
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- é só querer, mais nada.
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Fluem opostos em solar lua,
Para que espaço-tempo,
Se o que cura é intocável??
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Auto - Flagelação,
Auto - Mutilação,
- Auto - Percepção;
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Perversa, Devassa;
Cospe á cara um sangue pós pisado,
Seco de entranhas postas á mesa,
Soa Trash,
-Enoja;
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Pensar demais dói;
Antes fosse palpável,
Antes fosse,
Antes;
Fosse;
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E dessa poesia concreta, cor azul,
Faço uma sinestesía,
Sabor menta,
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Que me remete ao dia em que me deixei levar.
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- Boa Noite.



Renata Cohen l Insone...

terça-feira, novembro 18, 2008

>> METaMorPhUS

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Se contorcendo em uma espiral catastrófica,
Num rito fetal de posição "G",
-Umbigo,
Sigo,
Descalça, nesse chão fervente;
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Pronta, irradiando fogo turvo e viscoso,
Por narinas cansadas pelo respirar continuo,
-Bate, músculo cardíaco,
e me ensina a bater;
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Come os vermes postos a mesa da vida,
A folha seca, seca irriga,
Adubo transforma,
- Sua forma;
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- A forma seca e pútrefa, não raro, dá sangue a vida..
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Contorce, minhoca anelídea,
Em fértil Asfalto berrante,
- 39º Célcius;
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-Que Deus tenha piedade.


Renata Cohen l Um segundo post pela madrugada.

- DIÁLOGO INTRÍSCECO - de uma boneca de porcelana .

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...Tais Bonecas de porcelana são assim, febris e caras, postas ás camas de linho de inocentes ninfas. Tocavam as roupas de cama, com a doçura inerte do calar contínuo, com seus lábios em , finos pincéis, pintados. Passam as horas á meditar sobre o tempo, trocam entre sí, fábulas de seu calado, porém tempestuoso dia-a-dia, lembram-me, assim, os santos que analisavam os fiéis, descritos com vida, Machadianamente. As cabeças, adornadas com babados finos e controversos, pausam em lúdicos e coesos versos, numa inocência que me custa a crer, dias atuais. Talvez, - vaga minha mente-, por debaixo daqueles vestidos alvos de tecido fino e ponderado, pulse a latente dos desejos primitivos, vai saber. No mais, o regalo cabe ao travesseiro, aonde se recosta com seus pensamentos frios, á observar com seus olhos pintados por pincéis de finas cerdas, a mulher que nasce na menina, que um dia á escolheu boneca.



Renata Cohen l texto pós meia noite.

segunda-feira, novembro 17, 2008

- A Prosa Anti-heróica >> colagem da fragmentação de uns segundos aos 12 dias do mês de Novembro .

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Media-se pela quantidade de textos escritos em um curto espaço de tempo. Sabia-se exemplar único, e carregava nas digitais a sensação das texturas já tocadas, ainda quentes, como se estivesse ainda á toca-las. Queria criar algo novo, ser Avant Gard, mas esbarrava no senso ético comum, de quem precisa e detesta assumir, as pessoas são um mal necessário. O que faria sem elas?? Sentiria saudade de ser comum, pelo menos, ao sair de casa. O frio fino e pérfuro arrepia a pele, meu braço me diz "Se cubra". Eu Vivo me cobrindo. Me cubro de luz, me cubro de ar, me cubro de tanta coisa. Me cubro e me protejo do mundo, das infâmias que a bíblia promete castigar. Sigo, Pretendendo não ser ímpia em minhas palavras, mas eu não tenho o direito de silenciar uma das únicas coisas ás quais tenho direito, pela livre existência. Eu quero pensar, mesmo sabendo que o pensar excessivo leva á turbulência; eu quero sentir, quero explodir em pó e fluídos, e gritar num breu sem sentido, que tudo isso que eu sou, é culpa minha mesmo. Feliz. Talvez, por ter me encontrado, assim, de sopetão, em meio á tanta loucura. É assim mesmo, desvia-se a atenção de sí mesma, á detalhes sem muita importância. O que vale ás pupilas está claro, nítido, tem cheiro, "taste", tem luz própria. E cabe a mim morrer de amor. Morder os lábios e num blasé que remete ao retrô, sentir pudores desconhecidos. "Eu não minto, eu não sou assim". No fim das contas, nos resumimos ao nosso sitema imunológico. Maravilha tecnológica da carne que anda. Perdoa a língua ferina, os glóbulos ácidos. Chove na metrópolde acinzentada aos 12 dias do mês de novembro, ano 1. Soa como um "a part" , assim, anti-romântico, mas fazer o que, eu sinto a falta. Sinto falta do toque paciente, dos gestos comedidos num contexto limpo, clean, suave; sinto falta do olhar questionador, janela de uma alma cheia de pensamentos. Sinto falta de pegar nas mãos. Falta de acordar no meio da noite. A paciência é um aprendizado salvador. Aprendo com os suspiros do que me arranca sorrisos de canto de boca. Sabes disso. Sabes de tanta coisa...Te Quero um bem imenso, ah, sim...te quero. Que soe cliché de faixa de tecido. Eu não me importo. As luzes se acendem na cidade, e a chuva, desses 12 dias, traz o cheiro pra perto.
Vou me guiando pela bomba cárdio, medindo os conceitos em busca da saída da caverna.
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Aos fracos de coração, um conselho: Deixa bater.
Aos fortes de peito, outro: Deixa apanhar.
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Renata Cohen l 17 dias do mês de novembro- 2008

domingo, novembro 16, 2008

- Super Nova Inversa - 1º linha

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É uma vontade adiada, renascida. Criar linhas para serem vistas, e talvez, que se façam refletir. Uma pretenção destra num mundo canhoto.
Criar algo, deixar uma marca-logo, para uma posteridade que ja existe. Deixar um nome, um apelido qualquer que soe bem aos ouvidos cansados de tanta fuligem.
Caminhar entre a poeira dos sons e do surreal.
Ler.
Escrever.
Fazer brotar de um ventre confuso, um ser latente, de coração batente, porta de outros mundos.
Meu nome é Renata, a quem não me conheça.
Mas pode me chamar de Cohen.
- Muito prazer.