quinta-feira, dezembro 18, 2008

>> O Nome da Rosa .

.
.
Um dia, sentada em uma pedra á ponta de um penhasco praiano, ela observou um por-do-sol. Isolou-se naquele altura, para podr sentir a pressão atmosférica, para poder sentir um ar mais puro, ou simplesmente, ver as coisas de outro ângulo, com uma óptica nova e imaculada . Precisou sentar-se num pennhasco, e engolir seu medo de altura, por que algumas coisas nascem de dentro pra fora . Ficou ali, observando, olhando as ondas quebrarem num conjunto de rochas ao pé da montanha . Aquelas pedras, ali, estagnadas, desde que duas moléculas se uniram pra formar a primeira ameba na face da Terra . Nunca saíram do lugar . Será que desejaram alguma vez, ver o mar que sempre esteve ali, de outra maneira ?? Ela nunca saberia . Abriu um caderno e leu a primeira poesia que apareceu . Era um relato minucioso, mas curto e direto, sobre um ato sexual . Sorriu de canto de boca, pois sempre via nas próprias palavras flashes do que descrevia . Foi ali isolar uns pensamentos, descartar coisas pra jogar no oceano, e caiu em uma pagina do passado que ainda emanava perfume, e, que ao toque, ainda estava quente . Não sabia o nome daquilo que sentia, vezes á semana, mas tentava se entender . Não podia ser tão ruim, afinal, se passa por picos desses na vida, e esse haveria de ser superado . Mas ainda retinha na retina aquele oceano vasto e escuro . Procurou dentro de si algum resto de memória que ainda fizesse mal, para transformar em algo bom, aprovitando aquele ponto de vista cheio de privilégios . Cavou fundo na garganta, e gritou tudo aquilo que nunca conseguiu dizer antes, e chorou intensamente segurando aquele caderno nas mãos . Perguntou em voz alta quando seria possivel, perguntou-se os "porquês" . Ainda que sentisse alívio, ainda que sentisse um pouco de paz, ainda se questionava em tópicos invisíveis e não seus . Já, á esta altura, havia revirado seus internos, vomitado seus secretos ; havia arrancado alguns pedaços e pedido á mãe das águas que ajudasse á cicatrizar . Olhou fundo com olhos rasos, inspirou profundamente, e pensou ter encontrado em meio ao caos, o nome daquilo que sentia :
.
.
Era tristeza.
.

.
..
.
Renata Cohen I Um Textinho triste...rs

Nenhum comentário: