quinta-feira, dezembro 18, 2008

>> As Primeiras linhas de uma noite em um mês de Abril . .

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- Palavras retiradas de um contexto guardado num passado-presente, num ponto ácido de discórdia, de verdade e de calma febril. -
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- Para a menina dos contos "verbais quase eróticos" ; como prometido... :)
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Brotou num dia de sol. Entre nuvens brancas de desmanchar fácil, nasceu serpente indócil, se fazendo prontamente revelar. Entre boatos de um passado crédito, entre histórias de chocar Cleópatra, virava-se vez por outra, e meu observar á esta altura da festa, era puramente psico-ilógico.
...Mantinha na aparência a ausência dos traços de mulher feita, justamente, porque no contorno daquelas palavras de contos quase eróticos, tentava se moldar mulher. E, tentou tanto, que ao cair no comum pertinente á idade, me causou estranheza aos olhos. Era por demais atirada, por demais exposta, e isso me fez calar. Calei, e ao contrário do dito, não consenti nada, apenas observei. Observei seus gestos largos, sua gargalhada "loud" e escandalosa. Foi quando os olhos da menina mudaram de cor; a pupila, num súbito, dilatou, e a festa se tornou um pátio v a z i o. Nasceu neste instante peculiar uma doçura camuflada de gestos fortes, e aquela menina pedra-bruta sentou-se num degrau de escada e pôs-se a falar de sua vida. Olhei para a pele branca, e ouvi suas palavras, meio desabafo, meio cansaço, meio mudança. Notei ares de poema, quando, depois de repensar o dilema, ela jogou suas cartas e coube a mim dizer aonde essa mesa iria parar. Dali a segundos poucos, talvez, uma torrente de desconhecidos sentidos tenha invadido o oco das bocas, e susto tamanho se fez, que o primeiro impulso talvez, tenha sido o repelir. A menina me olhava com espanto, e eu a olhava com curiosidade. Já sabia eu ser um capricho da idade aqueles impulsos, mas isso...não quero parecer piegas, mas criou-se algo nesse momento. Algo que as teorias conspiratórias de amigos, chamam de "imã", algo Que as largas bocas testemhunhas chamam de "caso". Eu não Sei. O que eu sei, é que nessa noite, em meio á um acaso sem precedentes, criou-se algo notavelmente concreto, e absurdamente invisível, como o ar, ou como a eletricidade. Criou-se algo. E em ir embora, a menina levou consigo parte de mim, uma parte talvez jamais doce, talvez jamais inocente. Ela guardou, á sua maneira, uma molécula do que eu era, e foi crescer como mulher.
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>>Sentada num chão frio, ouvi um alerta de mensagem no telefone celular.
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Os ecos das primeiras linhas daquela noite, num mês de Abril, inexplicavelmente brotam na minha frente, tempos em tempos, em mistério, Febres depois.
Como o ar.
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Ou como a eletricidade.
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.Renata Cohen I Parte Um de Tres do "o que" indecifrado. Presente pra você. Ta bom??

2 comentários:

Unknown disse...

Inacreditavel....maravilhoso....exatamente perfeito....amei...muito, mais muito lindo....

=*

- . Renata Cohen . disse...

:)